quinta-feira, 4 de julho de 2013

O embrulho




Dia frio, uma chuvinha trazia o cheirinho de terra molhada, o vazio do corredor fez-me sentir um calafrio, novamente chego cedo e ao entrar na sala um embrulho furtou minha atenção, estava bem amarrado com uma fita rendada, nenhum enfeite, embrulho cru, aguçou minha curiosidade nata, meu instinto era abri-lo imediatamente e descobrir o que havia ali. Desatei o laço e ao abrir pude notar uma infinidade de papéis de todas as cores e tamanhos, eram cartas, textos, declarações, era um mundo novo a ser desvendado, eu fui tomada pelo bel-prazer de ler as escrituras. Após alguns instantes eu já estava totalmente seduzida por cada palavra contida naqueles textos. Eu poderia ter demorado em casa, dormido ou lido mais um capítulo de um romance qualquer, contudo preferi chegar mais cedo, caro leitor, se eu atrasasse alguns instantes minha colega de classe poderia encontrar aquele embrulho e roubar de mim a chance de ser conquistada pelo conteúdo fantástico que havia ali. Feliz como uma criança que aprende a dar as primeiras pedaladas equilibradas numa bicicleta. Não pensei o bastante para decidir o que fazer, preferi roubar aquele embrulho para mim, egoísta? Creio que não, pois criei este blog, a fim de, chamar a atenção do suposto (a) dono (a) dos textos, seria antiético postar os textos com um pseudônimo? Deixo a vocês esta questão polêmica, uma vez que, egoísmo seria ler todos eles e guardar numa caixa qualquer, consumidos seriam pelas traças, portanto, encantar-se-ão com estas maravilhas escritas por mãos misteriosas.

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